ABASTECIMENTO

Água da Vila Residencial volta ser tema de debate pela comunidade

Um abaixo-assinado pede providências e já reúne cerca de 200 assinaturas

Paulinho Feijó esteve na redação do TP prestando esclarecimentos sobre o assunto Foto: J. André TP

Há vários meses que os moradores da Vila Residencial, em Candiota, convivem com um problema de difícil solução em relação a água na localidade.
Com períodos de melhora e piora, a água, geralmente em pontos específicos do bairro, apresenta uma coloração que varia de tonalidade, porém em alguns casos lembra um café de tão intensa a cor. No último domingo (8), o problema novamente se apresentou e houve reclamações pelas redes sociais, além do debate em relação ao assunto voltar à cena na comunidade.

CAUSAS – O Setor de Saneamento, vinculado a Secretaria de Obras e Serviços Públicos da Prefeitura local, tem atuado para descobri r as causas do problema insistente, bem como, feito ações na tentativa de resolver, como limpeza de decantadores e até a instalação de um expurgo na parte mais baixa da localidade para limpeza da tubulação.

O chefe do Setor, Paulinho Feijó, esteve na redação do jornal na manhã desta terça-feira (10), explicando a situação de forma mais técnica e didática. Ele afirmou categoricamente que o problema não é qualidade da água no tratamento.

Portando relatórios emitidos pelos químicos da Prefeitura, Paulinho atesta que a qualidade da água que sai da Estação de Tratamento de Água (ETA) da Vila Residencial é com padrões de excelência, seja em turbidez, PH ou qualquer outro indicador de qualidade.

O problema, segundo ele, em grande parte já solucionado, quando foi instalado o registro de expurgo na região do antigo zoológico, está no arraste interno da rede. Ele lembra também que não há problema de tubulação, porque essa foi totalmente trocada na gestão do então prefeito Marcelo Gregório (2005-2008), passando de uma rede de amianto para PVC.

Paulinho explicou que antes do registro de expurgo havia um acúmulo de sujeira (o chamado arraste) nos canos ao longo do tempo nesta parte baixa da localidade, pois a água passa nesta região vinda da ETA para o reservatório instalado no antigo hotel, na parte mais alta da localidade. “Com os expurgos (limpezas) tivemos uma significativa melhora, porém em alguns locais de ponta (fim) de rede seguem ocasionalmente ocorrendo o arraste e a tonalidade por alguns momentos sendo escura, até a rede limpar novamente”, explica.

Ele destaca que o sistema de abastecimento desde a ETA até as casas e até o reservatório no hotel é impulsionado por motores que funcionam num sistema em marcha, ou seja, em liga-desliga, fazendo um vai e vem da água dentro das tubulações. Essa oscilação interna, nas pontas de rede, explica ele, é que provoca o arraste e tem sujado a água. “Nosso pessoal de engenharia está estudando maneiras de resolver a situação nos pontos em que acontece isso. Estamos trabalhando de forma incansável na busca de uma solução. Mas reafirmo que a qualidade da água que sai da ETA é excelente”, assinala, dizendo que os resultados das análises estão afixadas na ETA para quem quiser verificar.

Moradores postaram fotos e vídeos com roupas em máquinas de lavar, que ficaram manchadas em função da coloração da água Foto: Divulgação TP

ABAIXO-ASSINADO – A Associação dos Moradores e Amigos da Vila Residencial (AMAVR) vem atuando também no sentido de cobrar a Prefeitura pelas melhorias. Além de encontros com os gestores, também a entidade já levou a demanda para o Ministério Público (MP) em Bagé. Também, a associação organiza e deve entregar nesta sexta-feira (13), no MP bageense, um abaixo-assinado.

Segundo o secretário da entidade, Axel Costa, o abaixo-assinado até esta terça-feira (10), já havia reunido cerca de 200 assinaturas somente de moradores do bairro. O objetivo, conforme ele, é pressionar para que a Prefeitura faça um plano emergencial de investimentos para a melhoria da água.

A vereadora Luana Vais (PT), que é moradora do bairro, abordou novamente o assunto na tribuna da Câmara nesta segunda-feira (9), dizendo que a situação é de saúde pública, cobrando do poder público uma solução.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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