As eleições

Quem escreve semanalmente uma coluna no jornal corre o risco de ver que escreveu algo que não se confirmou. Acontece. As pesquisas, sempre muito questionadas por quem perde, mostravam que havia possibilidade de Lula vencer no primeiro turno embora; na margem de erro, poderia não vencer. O favorito chegou à frente com boa margem, mas não o suficiente para decidir no primeiro turno. Isto só prorroga um processo desgastante para um país inteiro que ficará semanas neste cenário de muitas mentiras e algumas verdades. O país dividido em uma eleição de segundo turno não é bom para ninguém.
Para governador, os favoritos foram para o segundo turno. Edegar Pretto (PT) cresceu acompanhando Lula não integralmente e provavelmente não foi ao segundo turno por influência das pesquisas que o colocavam bem atrás. Em cima do muro, por enquanto, Eduardo Leite está errado. Com os votos do PT seria eleito, mas parece acreditar que vai perder os eleitores que votaram nele ao se aproximar do PT. Eleitor de Eduardo Leite não vota em candidato de Bolsonaro. Além do mais, ele disse que apoiou Bolsonaro em 2018 porque era necessário para viabilizar sua campanha. Tem mais chances de perder se permanecer em cima do muro, algo que sabemos, desde Maquiavel, que viveu de 1469 a 1527, não é a atitude correta que um político deve adotar.
Para o senado e para a câmara dos deputados a eleição não me parece muito importante. Seja quem for o presidente eleito vai comprar a maioria dos deputados e senadores com orçamento secreto ou as claras liberando emendas parlamentares e cargos no governo. Quem não tiver esta habilidade vira Dilma ou Collor de Mello. Deputados estaduais tem pouca margem para serem significativamente úteis.
Na região, os deputados Afonso Hamm e Luis Fernando Mainardi foram reeleitos e a família Lara emplacou Adriana Lara que tem ampla trajetória na política bageense. Todos têm méritos suficientes para terem sido eleitos.
Na região, a vitória de Lula no primeiro turno, por ampla margem em Bagé, Candiota, Hulha Negra, Pinheiro Machado e Pedras Altas, era previsível. Em Bagé foi surpreendente para alguns, mas considerando o que os participantes do segundo turno fizeram por Bagé se vê que a maior parte da comunidade percebeu as diferenças.
No primeiro turno, o presidente ganhou de Haddad por larga margem em 2018 e perdeu para Lula por margem significativa este ano.Na última hora adeptos do presidenteque andavam enrustidos, se dizendo arrependidos, talvez envergonhados, mas que continuam os mesmos, voltaram ao ninho. Para estes, uma derrota é suportável, uma derrota humilhante não.
Para todos que tem apreço pela democracia é importante continuarem atentos. Ninguém ganha na véspera.

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