ESTIAGEM

Candiota registra perdas e município decreta emergência pela falta de chuvas

Chuva deste domingo, porém, deve dar um fôlego à comunidade

Pastagens, plantações e açudes sofreram com a falta de chuvas Foto: Emater/Especial TP

Uma reunião no gabinete do prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, na terça-feira (11), teve por finalidade tratar da estiagem que assola o município. Estiveram presentes o vereador presidente da Câmara Ataídes da Silva, Matheus Caetano, técnico da Emater e os servidores Flávio Sanches, Juliano Correa e Liziane Jardim. De forma virtual também houve debate com técnicos da Secretaria de Agropecuária e Agricultura Familiar.
O encontro foi decorrente do decreto 4.402/22, publicado na segunda-feira (10), que declara situação anormal de emergência nas áreas urbana e rural de Candiota, no que se refere a estiagem. O governo do Rio Grande do Sul ainda precisa homologar o decreto.

A reportagem do Tribuna do Pampa teve acesso a um relatório feito pela Emater de Candiota que aponta a situação do município quanto ao abastecimento de água e do meio rural. Conforme Matheus Caetano, foi constatado um déficit hídrico no mês de dezembro de 2021, onde o acumulado do mês foi de apenas 47 mm. “Neste mês de janeiro de 2022 até hoje (quarta-feira 12), choveu 8 mm. As medições das precipitações foram aferidas na sede do município, sendo que ocorreram chuvas em forma de pancadas isoladas e mal distribuídas, pois as precipitações nas regiões Sul e Norte, onde está localizada a zona rural do município são menores. Gostaríamos relatar sobre a baixa umidade relativa do ar e o aumento da evapotranspiração e da demanda atmosférica, dada à ocorrência de ventos e temperaturas em amplitude térmica durante o dia nos meses de dezembro de 2021 a janeiro de 2022”, relatou.

De acordo com a Climatempo, a situação hídrica pode ser amenizada devido a chuva que atingiu o município desde este domingo (16) e que poderá se estender durante a semana.

ÁGUA POTÁVEL – O município registra a falta de água potável para o consumo humano em diversas localidades do interior. Segundo a Emater, este é o maior prejuízo, visto tratar-se da saúde das pessoas. “Conforme a Secretária Municipal de Agropecuária foi contratado pela Prefeitura um caminhão-pipa e solicitado o apoio de mais um caminhão do Exército para levar água potável para 276 pessoas no meio rural, somente neste mês de janeiro de 2022”, repassou Caetano.

AGROPECUÁRIA – Segundo a Emater, a lavoura de soja apresenta prejuízo devido ao agravamento da estiagem durante o mês de dezembro de 2021. “A estiagem atingiu principalmente as lavouras precoces que correspondem a 20% da área plantada, que possuem perdas em pleno período de germinação e desenvolvimento vegetativo. As lavouras implantadas em outubro estão em florescimento e algumas começando o enchimento de grãos em estresse hídrico. Outro reflexo foi a diminuição da área plantada em 5%, em razão da falta de umidade nos solos, fator que está sendo agravado diariamente e já não é possível o replantio de acordo com o Zoneamento de Risco Agroclimático”, explicou Matheus.

A bovinocultura, tanto de corte como de leite e as culturas de milho e milho silagem apresentam prejuízos que estão sendo agravados dia a dia. “A Cooperativa de Leite Coopampa, adquiriu emergencialmente e distribuiu com apoio do transporte da Prefeitura de Candiota, 50 toneladas de silagem para alimentação e manutenção das matrizes de 112 produtores de Leite”, lembrou Matheus, destacando que “os campos nativos estão secos, fibrosos e rapados; as pastagens cultivadas tiveram problemas de germinação e desenvolvimento vegetativo reduzindo a oferta forrageira devido à baixa umidade nos solos, principalmente na região Sul do município”.

O técnico também informou que os açudes estão com volume reduzido e formação de barro nos acessos, prejudicando a oferta e qualidade da água para os animais que entrarão com baixo escore corporal no período reprodutivo.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso. Matéria com atualizações.

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