A greve dos trabalhadores da Companhia Riograndense de Mineração, lotados na Mina de Candiota – única unidade produtiva da estatal, completou nesta terça-feira (17), exatos 15 dias desde que foi deflagrada no dia 2 de março. Os trabalhadores não aceitaram a proposta do acordo coletivo 2019-2020.
No último dia 10, a categoria também rejeitou uma proposta de 2% de reajuste no salário-base. Os trabalhadores pedem as perdas inflacionárias do período (INPC) de 5,07% em todas as cláusulas econômicas (salário-base, vale-alimentação e auxílio creche e estudantil) e a manutenção de todas as outras cláusulas do acordo ainda em vigência.
O presidente do Sindicato dos Mineiros, Moisés Rodrigues, se queixou ao TP que não há diálogo por parte do governo e da CRM. “Nem mesmo antes da audiência (no Tribunal Regional do Trabalho da Quarta Região (TRT4) – ocorrida no dia 11) nos chamaram para uma conversa no sentido de alinharmos algo”, disse.
Conforme o sindicalista, está marcada para o próximo dia 23 uma nova audiência, desta vez por videoconferência em função do coronavírus, porém até o momento nenhuma nova proposta foi feita.
O jornal, anteriormente, contatou a Assessoria de Comunicação da CRM, que afirmou que a direção não irá se manifestar por enquanto.
O movimento grevista garante que a adesão é praticamente total da categoria, sendo que 30% dos serviços essenciais (moagem e beneficiamento carvão) estão sendo mantidos. A Mina de Candiota abastece de carvão mineral a Usina de Candiota (Fase C), com capacidade de 350MW/h.
O TP contatou a CGT Eletrosul (antiga CGTEE), sobre um possível desabastecimento de carvão mineral para a Usina, quando esta esclareceu que a unidade opera dentro da normalidade e que a CRM informou que serão garantidas as entregas necessárias.
CORONAVÍRUS – Indagado se o movimento iria orientar os trabalhadores grevistas a ficarem em casa devido a pandemia do coronavírus, Moisés disse que não pode fazer isso, porque é necessário que eles assinem o livro de presença da greve, no sentido de após poderem receber pelos dias paralisados.