QUEIMADAS

Incêndios em campos causam preocupações em Candiota

Caminhões-pipa de empresas da cidade tem atuado diretamente no combate aos incêndios

Bombeiros de Bagé foram acionados duas vezes para o combate das chamas, juntamente com as empresas da cidade Foto: J. André TP

Comandante Vasconcelos solicita a colaboração de todos na prevenção do fogo em campo Foto: Divulgação TP

Toda vez que acontece um incêndio em Candiota, novamente se levanta o debate da ausência física de forma fixa na cidade do caminhão de Bombeiros, que teve o local fechado, guarnição e veículo deslocado para Bagé há alguns anos.

Várias equipes de empresas e voluntários atuaram para conter um incêndio em campo de grandes proporções no entorno da Usina de Candiota, na Vila Residencial, que teve início no sábado (8). A situação foi preocupante, porque havia bastante vento e nas proximidades, alojamentos, um hotel e outras instalações, além de lavouras de soja. O Corpo de Bombeiros de Bagé também foi acionado.

Dias antes, em 4 de janeiro, uma casa de madeira foi totalmente consumida pelo fogo no final da rua Acácio das Neves, no bairro Areal, na sede de Candiota. Caminhões-pipas de empresas que atuam no município controlaram o incêndio, com ajuda de populares. As casas próximas não chegaram a ser atingidas. O Corpo de Bombeiros compareceu para fazer o rescaldo.

No ano passado, no dia 23 de novembro, um incêndio também de grandes proporções foi registrado nas proximidades da rua 33, nos fundos da Vila Operária, em Candiota. O Corpo de Bombeiros compareceu para fazer o controle numa floresta de eucaliptos, mas com dificuldade, um motorista e um operador de caminhão-pipa da empresa Transbalta, atuaram para conter as chamas.

Em razão do debate, o Tribuna do Pampa conversou com o comandante do Corpo de Bombeiros de Bagé, sargento Mário César Vasconcelos Ritta. Quanto à saída dos bombeiros de Candiota ele disse preferir não se manifestar por não ter propriedade para o assunto, mas destacou que todos os municípios de abrangência do grupamento de Bagé são atendidos da mesma forma. “Independente de estarmos em Bagé damos o mesmo atendimento aos municípios de nossa área de atuação. O que pode haver de diferente é quanto ao tempo de resposta devido a distância entre os municípios”, destacou o comandante, reforçando que há dois caminhões para atender todos os municípios. “Se há duas ocorrências ao mesmo tempo, o serviço de resposta fica prejudicado no outro município de chamada, pois não podemos estar em dois lugares ao mesmo tempo, precisamos encerrar um atendimento para deslocar ao seguinte”.

AUXÍLIO – O comandante, Mário César solicita através do jornal, o apoio da comunidade. “Pedimos que o Executivo em sua área de abrangência, assim como produtores, passem arado ou roçadeira ao fim dos campos e plantações para evitar a propagação do fogo. A queima é mais intensa neste período de falta de chuvas. Isso também é importante para facilitar o trabalho em locais de difícil acesso e evitar possíveis tragédias. Fazemos o que está ao nosso alcance, mas é importante a atenção e apoio da população, inclusive quanto a bitucas de cigarro que tem alto poder de iniciar um incêndio”.

Fiscalização deverá ser intensificada

Reunião para definições sobre atuações do setor de Meio Ambiente ocorreu no gabinete do prefeito Luiz Carlos Folador Foto: Caren Zel/Especial TP

No final de semana passada, Candiota registrou uma queimada que se alastrou por uma grande extensão de mata nativa e plantações. A Prefeitura, através da Secretaria de Meio Ambiente, mobilizou caminhões-pipa de empresas locais e o Corpo de Bombeiros de Bagé, além da comunidade que ajudou a controlar a queimada.

Segundo o Executivo, a mobilização foi necessária devido o risco de perdas ambientais em áreas de mata nativa, possível falta de energia, já que o fogo estava alcançando os postes de luz, além do comprometimento no abastecimento de água, porque o fogo estava a poucos metros da bomba que capta água para a Sede do município.

O prefeito Luiz Carlos Folador agradece a disponibilidade das empresas que deslocaram caminhões-pipa para auxiliar na contenção do alastramento do fogo, assim como o Corpo de Bombeiros de Bagé e a comunidade que se deslocou até as áreas atingidas. “Gratidão a todos que não mediram esforços e foram até os locais e nos ajudaram a evitar que a queimada fosse ainda pior. O trabalho em equipe fez a diferença”, salienta Folador.

A secretária de Meio Ambiente, Josuelem Duarte, explica que devido à estiagem a população precisa redobrar os cuidados quanto a evitar focos de queimadas. “Qualquer bituca de cigarro ainda acesa que se jogue no campo, pode gerar uma grande queimada. Os campos estão muito secos, é necessário que tenhamos muita atenção em evitar focos que possam queimar e se alastrar. Estamos buscando juridicamente, junto a nossa procuradora-geral, Nathiane Vaz, formas de facilitar a identificação dos infratores, assim como a criação de novos canais de denúncia. Não vamos tolerar crimes ambientais e a lei será aplicada a quem infringir”, afirma Josuelem.

 * Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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