Em seus pronunciamentos, vereadores fizeram cobranças um ao outro Foto: Reprodução TP
A viagem agendada para o último domingo (8), para Brasília, com hospedagem em Porto Alegre, gerou conflitos na sessão extraordinária da Câmara de Vereadores de Hulha Negra na quinta-feira (5). De forma clara, os vereadores Elisângela Coitinho, a Mana do Mutuca (Progressistas) e Jorge Coelho, o Coruja (PDT), divergiram em razão do horário e hospedagem da viagem.
O pronunciamento teve início com a vereadora Elisângela, que durante as explicações pessoais falou sobre o trabalho desenvolvido por ela no Legislativo, mostrando indignação por saber que outro vereador da Casa estaria questionamento o valor gasto por ela em diárias. “A Câmara faz mais do que fiscalizar, tem vereadores que fazem mais do que o seu trabalho de viajar e buscar emenda para o município. Já tivemos viagens muito produtivas, onde conseguimos retorno para Hulha Negra, mas gostaria de deixar claro que o vereador corre atrás de muitas coisas, mas não tem o poder de executar, somente o Executivo pode fazer”, ressaltou.
A vereadora porém, com os ânimos alterados na tribuna, disse estar decepcionada. “Minha indignação é que tenham pessoas do município que não tem condições de sair da cidade, de chegar na frente de um deputado e falar o seu pleito e o que gostaria, que não tem condições de se locomover para algum lugar sem ter que pedir porta-voz porque não tem condições de falar, julgar nossas atitudes. Estou chateada por saber e ouvir de colegas que os vereadores saem por diárias”, explanou Mana.
Em apoio à Elisângela, o vereador Getúlio Porto (PDT) disse que o vereador deve fazer viagens para buscar recursos. Ele também expôs não se importar com as manifestações dos demais colegas. “Há quase 20 anos tenho a mesma atitude. O povo sabe que busco recurso em viagens e tenho orgulho em dizer que nesse período, em algumas ocasiões com trabalho compartilhado, já conseguimos mais de R$ 19 milhões em emendas para Hulha Negra e região”, destacou.
O vereador petista Hugo Teixeira complementou dizendo que cada pessoa pensa de uma forma. “Não vou viajar desta vez, mas também viajo em busca de melhorias. De uma viagem e um encontro com o deputado Paulo Pimenta, se originou uma visita ao hospital de Colônia Nova e uma emenda de R$ 250 mil. Uma diária gasta originou esse recurso que também será utilizado pela comunidade de Hulha Negra. Mas os vereadores tem que sair do seu gabinete e do município para chegar à conquistas”, manifestou.
Por fim, ao fazer o uso da palavra, Coruja assumiu que as explanações eram direcionadas a ele. “Isso que foi dito aqui foi pra mim”, disse ele. O vereador, porém, explicou os motivos de ser contra a viagem em questão. “Não sou contra viajarem, mas sou contra a pessoa sair daqui 15h para querer posar num hotel e no outro dia sair bem perfumada para subir em um avião, pois enquanto vocês estão dormindo, há servidores da saúde viajando para Porto Alegre durante à 1h, passando o dia lá e retornando para casa em torno de 21h”, explicou Coruja.
O vereador também questionou o porquê de não fazer uma viagem no carro da Câmara de Vereadores diretamente para o aeroporto. “Não dá pra sair no carro da Câmara à 1h e chegar em Porto Alegre antes do voo? Ou a senhora (Elisângela) quer estar perfumada para entrar no avião já que queria outra diária também para a volta de Brasília? Acho que a senhora fala demais e depois não sabe o que está falando”, concluiu o vereador logo no encerramento da sessão.
