Cidades sustentáveis e o carvão

No último dia 8, a plataforma Cidades Sustentáveis, publicou o ranking brasileiro dos 5.570 municípios em relação aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que fazem parte da chamada Agenda 2030 (veja matéria aqui). Trata-se de um pacto global assinado durante a Cúpula das Nações Unidas em 2015 pelos 193 países membros. A agenda é composta por 17 objetivos ambiciosos e interconectados, desdobrados em 169 metas, com foco em superar os principais desafios de desenvolvimento enfrentados por pessoas no Brasil e no mundo, promovendo o crescimento sustentável global até 2030.

Os 17 ODS abarcam diferentes temas, sejam de aspectos ambientais ou sociais. Assim como as metas de cada ODS, eles foram construídos de maneira que fossem interdependentes. Ou seja, quando um país conseguir atingir um deles, muito provavelmente, terá conseguido avançar em outros. Bater todas as metas do ODS 11, por exemplo, e chegar a uma cidade sustentável, significa que o município também atingiu o ODS 6 (água limpa e saneamento), o ODS 8 (crescimento econômico) e o ODS 15 (proteção da vida na terra).

Os números da nossa região, senão são ruins, estão muito longe de serem bons. A cidade melhor colocada regionalmente é Candiota, que está na longínqua posição 1.430 de um total de 5.570 cidades. As demais, como Pedras Altas, Bagé, Pinheiro Machado e Hulha Negra, entre outras, estão em posições intermediárias, ou seja, acima da posição 2.000. Piratini e Lavras do Sul estão em posições ainda piores.

O TP tenta, porém o estudo é muito amplo, trazer um resumo do ranking e seus desdobramentos, porém é muito recomendado que os prefeitos (prefeitas ainda não temos na região), e demais gestores públicos, olhem e se debrucem sobre as pontuações que o estudo faz de sua cidade.

Como já dito e repetido aqui por várias vezes, quando da defesa do carvão mineral, que nossa região possui sérios problemas de desenvolvimento como um todo. O ranking das cidades sustentáveis reforça esta situação e ainda por cima alerta claramente que o município que detém as maiores jazidas de carvão do Brasil, no caso Candiota, ainda consegue se destacar, mesmo que apenas localmente. O fato escancara para as autoridades estaduais e federais, de que atropelar a indústria do carvão em nome apenas do ativismo ambiental não é o caminho.

O ranking, entre dezenas de coisas, reforça que não fosse o carvão, a situação regional seria ainda muito pior.

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