REGIÃO DA CAMPANHA

Grupo se mobiliza e forma a Associação Mantenedora dos Bombeiros Civis, Socorristas e Guarda-Vidas

O grupo da Região da Campanha foi fundado em dezembro de 2020 Foto: Divulgação TP

Criada sem fins lucrativos como já acontece em Rio Grande, regiões do Vale do Sol e municípios próximos de Porto Alegre, a Associação Mantenedora dos Bombeiros Civis, Socorristas e Guarda-Vidas da Região da Cam­panha, fundada em 6 de dezembro de 2020 tem como objetivo definir todas as questões relativas ao gru­po, tais como forma de atuação, direitos e deveres dos profissionais civis em Candiota e região.

Atualmente, ocorre o processo de finalização de registro da Associação que já possui uma diretoria composta. Conforme o presidente da Associação, Cris­tiano Rodrigues, em entrevista ao Tribuna do Pampa, todo processo segue a legislação do Corpo de Bombeiros Militar, que possibilita o serviço de Bombeiro Civil auxiliar em apoio ao Militar.

Grupo visitou a Câmara de Vereadores de Candiota Foto: Divulgação TP

Para atuação da associa­ção e busca de parcerias, um projeto de Lei foi montado pelo grupo e entregue pelos integrantes Cristiano Cruz e Alionildo, no ano passado, ao então vereador Guilherme Ba­rão, que juntamente com a verea­dora na época, Fernanda Santos, deu total apoio para o andamento do projeto.

Alguns membros da Associação no incêndio do Clube de Mães, em 2011, após atuação junto com o Corpo de Bombeiros Foto: Divulgação TP

Rodrigues explica que as tratativas estão iniciando por Candiota pelo fato dos participantes residirem ou trabalharem na região, além dos riscos que o município possui por abrigar grandes empre­sas com altos níveis de risco de incêndio ou explosão. Ele lembra já ter atuado em alguns sinistros junto com outros bombeiros civis e ter auxiliado na instalação do Corpo de Bombeiros Militar em Candiota.

“Na época por ser funcionário da então CGTEE (hoje CGT Eletro­sul) era vantagem pela redução do custo e seguro por estar próximo a usina. A CGTEE também repassou materiais para a antiga guarnição do Corpo de Bombeiros Misto para que tivessem uma estrutura aceitá­vel, pois combate a incêndio em residência ou área de mato caía para a então CGTEE. Fazíamos o servi­ço e quando tinha necessidade nós auxiliávamos. Hoje a estrutura da empresa não presta esses serviços e não possui profissionais para livres para deixar suas funções e realizar este tipo de atividade. Aliado a isso, o município também já não possui o Corpo e Bombeiros e por isso nossa preocupação, por já vermos várias situações. Conheço a Lei Kiss, sou natural de Santa Maria, conheço pessoas que morreram no incêndio. Conheço os riscos e as causas que geraram aquele acidente e a falta de uma política de segurança de incên­dio eficiente no município foi o que levou ao incidente. Por conta disso resolvemos montar essa associação nos moldes de outros locais que o serviço funciona. Pretendemos de­pois de trazer legislação específica pra isso, ter possa ter vínculo com o governo municipal e prestar o serviço à comunidade”, explicou Cristiano.

DIRETORIA
*Presidente: Cristiano Rodrigues
*Vice-presidente: Cristiano Cruz
*1º secretário: Alionildo Lopes
*2º secretário: Heiderson Azambuja
*Secretário geral: Sérgio Silva
*1º tesoureiro: Daniel Borges
*2º tesoureiro: Ronimar Siuch
*Secretaria de Mulheres: Regina Helena
Conselho fiscal: Fernando Barbosa, Carine Nunes e Adão Pedroso

Passando a ser lei, projeto torna obrigatória equipe de prevenção em edificações e parques

De acordo com o projeto mostrado ao TP pelos integrantes da associação, após ser aprovado no município, fica obrigatória a presença de equipe de prevenção e res­posta a emergências nas áreas e edificações conforme o local. Deverá ter uma equipe de bombeiros civis em áreas ou edificações, abertas ou fechadas, públicas ou privadas, em que houver grande concentração de pes­soas ou atividades de expressivo risco a vida e ou ao meio ambiente, tais como materiais explosivos e inflamáveis. Já a presença de guarda-vidas será exigida na prainha em se tratando do município de Candiota.

“Ao se exigir equipes de emer­gência, Bombeiros e Guarda-vidas, em áreas de grande concentração de pessoas e ao adotar as Normas Nacionais do CNBC como parâmetros, mantemos a lei atualizada e um padrão nacional de excelência tanto na formação quanto no exercício da profissão de forma que a fiscalização encontre parâmetros atuais com acesso público e gratuito como referência adotado ao tema”, justificam os bombeiros civis.

Rodrigues ressalta que um dos objetivos é reforçar o uso de mão de obra qualificada e própria do município, gerando receita e emprego a população local. “De­sastres como a Boate Kiss em Santa Maria­-RS ou da refinaria da Alemoa em Santos -SP, cuja parte da responsabilidade se deu por ausência de políticas Municipais, estão repudiadas em nosso Município pela atual propositura. Soubemos ainda que o Brasil é campeão mundial de queda de raios, cujo número alarmante vem aumentando a cada ano junto as fatalidades por esse tipo de acidentes de causas naturais e imprevisíveis. Também fomos alertados de que a maior causa clínica de morte no mundo é a parada cardíaca e que a maioria das mortes se dá pela falta de socorro em qualidade e tempo adequado e que no socorro a tal emergência se faz necessário uso de Desfibrilador Ex­terno Semiautomático, o DEA, por pessoas capacitadas, a exemplo de São Paulo-SP que desde 2004 possui legislação sobre o tema seguida por tantos municípios mais, se faz justa a exigência do DEA e de pessoas capacitadas em seu uso”, expõe.

Cristiano ainda argumenta que o Município possui ao menos quatro empresas que tem um grande risco de acidentes, prin­cipalmente de choque elétrico e que nesse caso o DEA é importante para a prevenção de mortes. “Quanto à execução da lei e sua sustentabilidade, além de gerar segurança a toda sociedade, emprego aos profissionais da área e estimular o mercado no setor a di­versos seguimentos, a aprovação e aplicação desta propositura não onera o orçamento do município, pelo contrário, traz bônus ao criar forma de arrecadação, cuja fiscalização e aplicação se dá pela já existente estrutura municipal que pode vir a ser ampliada em virtude de recursos arrecadados”, destaca, salientando a importância do apoio tam­bém do Executivo Municipal em prol da segurança, pois não é prevista a presença de bombeiros militares em municípios de até 15 mil habitantes.

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