Quem sabe?

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Agrada-me escre­ver com otimismo. Porém, nem sempre é possível e mais difícil fica quando as notícias e as imagens do dia nos levam a tragédias, desolação e dor.

Vivemos num país onde o povo se comove com alguma facilidade. Este é um fator positivo. O que significa que será explorado este lado humano por quem faz dinheiro com a notícia. Em outros países não é muito diferente, a catástrofe ainda é a notícia prioritária.

Felizmente, escrevo na Tribuna do Pampa, onde o compromisso com o desenvolvimento regional é o lema do jornal. Acredito ser este o motivo que o mantém vigoroso por muito tempo. Aqui também se faz da tragédia, notícia; porém, para este jornal, a melhor notícia é a vitória de um projeto, de uma idéia, de uma construção coletiva.

O governo federal deve aprovar a reforma da previdência no meio deste ano. Qualquer que seja, foi aprovada pelo povo nas últimas eleições. Não há o que reclamar. Vai mudar quase nada a reforma da previdência (como a reforma trabalhis­ta), que empobrece os mais pobres mas não resol­ve os problemas relevantes de caixa do governo. Logo depois, se o governo tiver competência, virá a reforma tributária, que dificilmente será aprovada este ano, e é bem possível que alguém proponha primeiro a reforma política para atrapalhar.

A reforma tributária é complexa. Raríssimas pessoas entendem deste assunto. Se bem que a esmagadora maioria das pessoas entendem apenas das coisas que fazem. E muitos, nem do que fazem entendem.

As pessoas detestam a CPMF. Quem sabe explicar, por quê?

Qual seria a arrecadação da CPMF se esta fosse de 1%?

Uma CPMF de 1% acabaria com o déficit da previdência?

Quanto o governo perde, por ano, com incentivos fiscais que reduzem a receita da previ­dência? Estes valores deveriam ser repostos com valores de outras receitas?

Trabalhadores e empresários que pagam a previdência sustentam os que recebem da previdência sem jamais terem contribuído para receberem este benefício.

O déficit da previdência é causado pelas pessoas que recebem e nunca pagaram a pre­vidência?

Escrevi perguntas que tratam da previdên­cia. Mas são questões tributárias. Quem fala de CPMF causa revolta. Ricos e pobres teriam de pagar este tributo. Quem movimenta mais, paga mais. Quantos saberiam responder as perguntas acima? São questões muito simples. E aqui resi­de o problema. Em questões de tributos, o muito simples parece complexo.

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