Um caso de descaso

Às vezes somos postos à prova em nossa paciência, no próprio cotidiano, nas nossas lides diárias, na nossa atividade de trabalho, nos conflitos de ideias e de debates, nas discussões de qualquer natureza, enfim, a vida é isso, um constante e permanente desafiar nossas reações.

O que tem se visto no que diz respeito à empresa privada fornecedora de energia elétrica em nossa cidade, e no RS, é algo nunca antes visto na história recente, pelo menos, nos últimos sessenta e cinco anos, que é o meu tempo de vida.

Os cortes e interrupções no fornecimento de energia, às vezes diários, outras vezes semanais, ocorrem a qualquer momento, intempestivamente, não escolhem hora jamais. O usuário é sempre surpreendido, nunca avisado com antecedência, somos tomados pela estupefação e pelo torpor de algo que deveria ser vital e demais importante para sofrer tamanho desleixo.

Parece não existir de parte da empresa, o mínimo de compreensão quanto ao tamanho dos prejuízos que tais interrupções acarretam nas vidas do cidadão comum, de toda a ordem. Ao enfermo que está no hospital e depende de um aparelho ligado à luz para sua sobrevivência, ao dono de uma mercearia, de um mercado, de uma leitaria, do dono de um escritório que tem sua conexão com a internet, todas, atividades que prescindem obrigatoriamente da energia elétrica.

Falta compreensão também para os casos de aparelhos eletroeletrônicos que sofrem danos a cada interrupção brusca e abrupta da energia, é outro ponto do qual não se tem ideia da imensidão de prejuízos causados.

Já li e ouvi que várias audiências têm sido realizadas com os poderes públicos constituídos, já li que o Poder Judiciário impôs pesadas multas à empresa pelos danos, especialmente, pela imensa demora no atendimento aos usuários, especialmente aqueles da área rural, todavia, o caminho tortuoso e íngreme continua o mesmo, pela desídia e o desinteresse no bem servir, que deveria ser a tônica da empresa.

Alguém me disse que o valor pecuniário pago para a aquisição da empresa estatal que fornecia anteriormente a energia em nosso Estado, é capaz de explicar os motivos pelos quais vivemos tempos tão difíceis nessa área, teria sido um valor irrisório, quase inescrupuloso, para não dizer que foi de graça, no processo de liquidação patrimonial a que foi subjugado o RS, em nome de um suposto “enxugamento”, e o Estado, por sua vez, igualmente não levou em consideração a prestação de serviços ao consumidor. Aliás, em respeito ao consumidor, eu prefiro não mencionar o nome da empresa, que, imagino, os senhores já saibam a quem me refiro.

Mas eu não devo ser injusto. Há um quesito em que essa empresa é absolutamente pontual e infalível. Não esquece nunca de cobrar suas tarifas de consumo do usuário.

Enfim, estamos diante de algo preocupante, triste, uma vergonha que parece não ter solução, pelo menos, imediatamente, pois sua prestação de serviços é uma total incerteza!

Um legítimo desleixo, negligência, indiferença, abandono por total desinteresse em bem prestar um serviço que é de natureza essencial.

UM DESCASO ABSOLUTO

OREMOS!

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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