Uma ponta de esperança

A audiência ocorrida nesta semana com o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, em Brasília, trouxe, segundo os relatos que o jornal Tribuna do Pampa colheu com quem participou do encontro, certo alento sim. Depois de duchas e duchas de água fria e uma tormenta de notícias desfavoráveis, a reunião com o Sachsida pode ser considerada promissora.
Claro que ainda não temos nada para comemorar, porque a avalanche contrária e os ataques constantes ao carvão mineral são infinitamente maiores do que esta ponta de esperança que se abriu na conversa com o ministro.
É preciso pontuar, que a questão do carvão mineral não possui relação com a política do atual governo federal na Amazônia. São situações distintas, além de, infinitamente diferentes. As queimadas e o desmatamento amazônico estão no topo das condições responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa (GEEs).
Nesta edição do jornal, retratamos a audiência em si, mas também trazemos uma reportagem que mostra o quanto Santa Catarina está à frente na questão de garantia de continuidade da indústria carbonífera. O Rio Grande do Sul, infelizmente, está atrasado neste sentido, contudo, a audiência ministerial, como dito, trouxe um sopro de possibilidades.
A preocupação ambiental e sua urgência planetária são reais, porém, uma região deprimida economicamente como a nossa, não pode pagar um preço tão alto por aquilo que não tem a mínima culpa. Deixar sob a terra, milhares de toneladas de carvão mineral aqui em Candiota, em nome da urgência ambiental do planeta, além de um equívoco e uma demagogia das mais baratas, é negar um futuro a todos nós.
E falando em futuro, ele pede sim soluções ambientalmente corretas e neste sentido que também estamos abertos ao debate sobre a gaseificação do nosso ouro negro, com a criação de fato de um Polo Carboquímico, mirando a indústria de fertilizantes e outros derivados.
E nesta linguagem, ambicionando a preservação e ampliação dos empregos, que são muito qualificados, que estamos dispostos a debater a chamada transição energética justa.
De outra forma, nos parece enganação e querer nos impingir, mais uma vez, um engodo histórico, que já nos relegou ao subdesenvolvimento numa das regiões brasileiras que mais precisam olhares diferenciados e que não queiram extinguir o que já temos, mas sim, ampliar e agregar.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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