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Sindicato Rural busca amparo do Poder Público aos produtores atingidos pelo incêndio em Pedras Altas

A reunião aconteceu nesta segunda-feira (13) na Prefeitura de Pedras Altas Foto: Divulgação TP

Cumprindo um dos tantos papeis de um Sindicato Rural. É assim que o presidente da entidade que representa os produtores de Pedras Altas, Carlos Hofmeister, disse sobre as ações que vem buscando diante do incêndio de grandes proporções ocorrido recentemente e que destruiu cerca de 2 mil hectares de campos em poucos dias.

No início desta semana, ele esteve reunido com o prefeito Volnei Oliveira, o secretário de Administração, Adriano dos Santos, o secretário de Agricultura, Evanilson Moreira, a secretária em exercício de Finanças e Orçamento, Ana Teresa Silveira, o assessor Jurídico, Jorge Mattos, a diretora da Central de Projetos, Rose Lund, e o vice-presidente da Câmara de Vereadores, Arildo Madruga (Progressistas). O assunto não poderia ser outro: assistência urgente aos atingidos.

ALTERNATIVA – Para a reportagem, Hofmeister explicou que desde o dia seguinte ao início do desastre já ocorreram reuniões para buscar alternativas de atuação. “Nossa preocupação ficou em cima desse pessoal que, além dos prejuízos da seca, tinha agora a sua área queimada, em certos casos até 100% do campo de pequenos produtores e outras áreas bem significativas. Então entendemos que nossa busca por ajuda seria em alimentação para o gado”, disse. Para isso, conforme calcularam, havia entre 500 e 600 reses na área atingida e para mantê-los por cerca de 30 dias seria necessário algo em torno de 300 toneladas de feno pré-secado. “Sabemos que 30 dias não é o suficiente, mesmo que chova, pra recuperar esses campos, mas pelo menos daria tempo pro pessoal tentar alternativas de vender o gado ou algo viável conforme a realidade de cada um”, explicou.

BUROCRACIA – Conforme contou, o Poder Público de Pedras Altas (Executivo e Legislativo) prontamente atendeu ao pedido de socorro, mas todos acabaram esbarrando na burocracia para agilizar o processo. “Nós já estávamos com esperança de ter esse feno naquela mesma semana, inclusive conseguimos um produto de excelente qualidade, preço e frete incluído, mas tudo isso teve que ser descompromissado porque tinha uma burocracia que nós desconhecíamos”, lamentou. Tratava-se de um Projeto de Lei (PL) enviado pelo Executivo para a Câmara de Vereadores, cumprimento dos devidos prazos para tramitação da matéria e aprovação da maioria para que a compra do produto fosse efetivada pela Prefeitura. E assim está sendo feito.

O PROJETO – Segundo repassado para a reportagem, o Projeto de Lei trata da liberação de R$ 300 mil para aquisição de cerca de 300 toneladas de feno pré-secado para ser distribuído aos produtores atingidos. A entrega será realizada a partir de critérios como percentual da área atingida e quantidade de animais na ficha da Inspetoria Veterinária. “Além disso, ficou acertado que vai se limitar ao valor de quatro módulos (140 hectares) até para quem teve mais do que essa área atingida, porque se entende que o pessoal com áreas maiores tem mais condições de se defender”, explicou o presidente. Ele contou ainda que o Sindicato Rural está mobilizando o setor de toda a região para comparecer na sessão onde a matéria será votada e ainda participará ativamente de todo o processo de distribuição para que realmente vá para quem precisa.

TRÂMITES – Em contato com a presidente da Câmara de Vereadores, Nádia Venâncio (PT), ela informou que o Projeto de Lei (PL) nº 1709/2023 deu entrada ainda na segunda-feira (13) e será realizada uma sessão extraordinária na próxima sexta-feira (24) para ser votado. A tramitação vai obedecer aos prazos legais mínimos e ainda o feriado de Carnaval. “De início a sessão extraordinária ocorreria já nesta sexta-feira, dia 17, mas na quarta o Poder Executivo apresentou mensagem com um substitutivo ao conteúdo original. Diante das alterações,conforme determina o Regimento Interno da Câmara, foi necessário fazer nova convocação dos vereadores e recomeçar o trâmite com o novo texto apresentado”, explicou.

REPRESENTATIVIDADE – Ainda em conversa com o Tribuna do Pampa, o presidente do Sindicato Rural de Pedras Altas lembrou da importância da atuação de entidades representativas e dos produtores rurais realmente entenderem que podem contar com esse apoio. “Não digo só no caso de Pedras Altas nesse momento, mas é muito importante que os produtores enxerguem nos Sindicatos Rurais a entidade que nas horas mais complicadas está próxima. Sabemos que a baixa adesão é uma questão cultural em boa parte da fronteira, mas essas são oportunidades de se começar a falar sobre o que um Sindicato faz: cursos oferecidos pelo Senar, dissídios coletivos de trabalho, defesa dos interesses políticos, briga por questões emergenciais como essa e a própria seca, enfim, acho que precisamos falar cada vez mais sobre isso para sermos vistos por todos os produtores rurais dessa forma e em todos os momentos”, finalizou Hofmeister.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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