FUTURO DO CARVÃO

Transição energética justa é debatida durante evento em Candiota

Iniciativa foi da Seival Sul Mineração, empresa do Grupo Copelmi

Evento reuniu representantes de vários segmentos ligados a pauta Foto: Divulgação TP

No dia 9 de dezembro, a consultoria em sustentabilidade e mudanças climáticas, CooperaClima, esteve em Candiota realizando um workshop com a temática “Transição Energética Justa”. O evento foi uma iniciativa da Seival Sul Mineração, empresa do Grupo Copelmi, e realizado no Centro Cultural, na Vila Residencial.

Sendo o município brasileiro com a maior riqueza mineral de carvão e detendo de duas termelétricas que juntas chegam a atender quase 20% da demanda de energia elétrica gaúcha, Candiota tem convivido com um importante dilema nos últimos anos.

As políticas internacionais de combate às mudanças climáticas tem se traduzido em pressões para que o uso de combustíveis fósseis seja minimizado, gerando um ambiente de incertezas e insegurança para a população candiotense que vê o seu meio de subsistência e a sua cultura ameaçados.

Foi em tal contexto, que a CooperaClima conseguiu reunir autoridades locais, sindicatos, representantes das usinas termelétricas, representantes de deputados federais, fornecedores da cadeia produtiva e demais partes interessadas para iniciar as discussões e coletar contribuições sobre como realizar um processo de transição energética do carvão que seja inclusivo e justo, considerando os prazos e compromissos climáticos brasileiros com a ONU que, no presente momento, estão sendo reafirmados e renovados em Dubai.

SSM Mineração e CooperaClima Foto: Divulgação TP

WORKSHOP

Prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, esteve presente no evento Foto: Divulgação TP

O evento contou com dois painéis. O primeiro foi uma apresentação de casos internacionais de transição energética, demonstrando os erros e acertos de cada um, alertando os participantes para a importância de se realizar discussões inclusivas e amplas que evitem que o RS repita os erros e maximize os pontos positivos daquilo que nos ensinam países como a Irlanda, Espanha e a África do Sul.

No segundo painel, foram apresentadas as rotas tecnológicas para que a energia gerada a partir do carvão possa mitigar as suas emissões, tais como as tecnologias de captura e sequestro do CO2 (CCS) e da gaseificação do carvão mineral.

Também foram apresentadas e discutidas outras oportunidades e aptidões da região carbonífera para o desenvolvimento social e econômico que não envolvam a queima do carvão mineral, sendo trazidos exemplos de outros usos para o carvão, turismo rural, agronegócio, incentivos para a instalação de uma indústria de energias renováveis, dentre outras.

Ao final, se concluiu que a transição energética justa será um processo longo e que precisará do esforço e da participação coletiva.

“O workshop foi o primeiro passo na construção de um plano cujas ações resultarão numa economia de baixo carbono e de manutenção da segurança social e energética do Rio Grande do Sul, afirmou o diretor de sustentabilidade do grupo Copelmi, Cristiano Weber .

Já o gerente de relacionamento da SSM, Nelson Kadel, disse acreditar que um evento com o objetivo de abordar um assunto tão importante se faz cada vez mais importante para o município de Candiota. “Ao mesmo tempo que o carvão está inserido nas principais pautas climáticas, aqui no Pampa Gaúcho, conseguimos identificar o lado positivo da industria térmelétrica, pois conseguimos alinhar ações do desenvolvimento sustentável, unindo meio ambiente, social e econômico. Logo, trazer essa discussão para nossa casa nos capacita a buscar novas soluções de desenvolvimento para nossa cidade e região”.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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